terça-feira, 2 de dezembro de 2008

URGÊNCIA...

Sinto urgir a necessidade urgente de urgência.

Nada adquire sentido de automatismo na minha vida.
Sempre me avisaram que chegaria o dia em que eu não poderia contar com ninguém, senão comigo mesma.
Mas já??

Como se não bastasse tenho sentido o de desejo insaciável de me comprometer ainda mais.
Começo a perceber que este salto para a adultez não tem retorno.
É uma bola de neve que nos atropela e desmama, com o constante embrenhar de situações e necessidades comprometedoras.

Não a considero a abrupta morte da inocência e ingenuidade, comuns da infância.
Não a vejo com maus olhos.
Mas vivo-a como um momento de extrema importância para o decurso do resto da minha vida.
Quase como se este fosse um momento crucial.

Mas por momentos apercebo-me que esta percepção de crucialidade dos momentos deveria ser sentida a cada instante.

(Estarei eu a viver erradamente?)

Não importa!
Porque enquanto não me deleitar neste novo pensamento, não chegarei a ser fiel a ele mesmo.

E neste momento o que sinto é outra coisa...são outras coisas...

Vivo o fumo de um cigarro.
Tento acalmar-me...penetrar-me pacificamente!
Os cigarros são bons para isso.
Em contrapartida, são maus para muitas outras coisas.

Mas, como tudo o resto, baseia-se no equilíbrio existente entre os dois extremos.
Não existe nada que viva somente num dos pontos, positivo ou negativo, + ou -...
Nem a maldade encerra em si um só pólo.

Não convém sermos lineares.
Seríamos estúpidos e ignorantes.
Pudera eu ser ignorante e a minha vida faria muito mais sentido...
Contudo, não teria mais sentido...

Já falei dos sentidos, não vou voltar atrás!

Cigarro acabado.
Retorno à adultez.
Crucial.
Previsão inconcreta de toda uma existência.

E não convêm desperdiçar a existência...
Existir em vão é o pior dos destinos.
Até morrer é melhor destino que desperdiçar uma vida.
Pois o dia em que a morte impera é sinónimo do dia em que toda uma vida, uma existência, uma memória de significados se começa a desvanecer, a cair num poço escuro de retorno improvável. (Mas depois de mortos que é que isso importa?)
O desperdício de uma vida é a prova de que a morte só vale a pena enquanto não estivermos vivos.

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