quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

UMA PRENDA DE NATAL: as palavras sempre ficam


"Se me disseres que me amas, acreditarei.

Mas se escreveres que me amas,

Acreditarei ainda mais.

Se me falares da tua saudade, entenderei.

Mas se me escreveres sobre ela,

Eu a sentirei junto comigo.

Se a tristeza vier a te consumir e me contares, eu saberei.

Mas se a descreveres no papel,

O seu peso será menor.

...Assim são as palavras escritas: possuem um magnetismo especial, libertam, acalentam, invocam emoções...

Elas possuem a capacidade de, em poucos minutos, cruzar mares, saltar montanhas, atravessar desertos intocáveis.

Muitas vezes, infelizmente, perde-se o autor mas a mensagem sobrevive ao tempo, atravessando séculos e gerações.

Elas marcam um momento que será eternamente revivido por todos os que a lerem.

Viva o amor com palavras faladas e escritas!

Mata saudades, pede perdão, aproxima-te.

Recupera o tempo perdido, insinua-te.

Alegra alguém, oferece um simples bom dia.

Faz um carinho especial.

Usa a palavra a todo o instante, de todas as maneiras. A sua força é imensurável!

E lembra-te sempre desta frase:

Quem escreve constrói um castelo, e quem lê passa a habitá-lo."

sábado, 6 de dezembro de 2008

"TENS DE ESTAR À ALTURA DAS CIRCUNSTÂNCIAS"

Quero e não consigo.
Querer é poder?
Talvez.
Momento de ausência de verdades irrefutáveis.
Mas estou confortável!
Conforto...
Necessidade de conforto.
Finalmente o tão merecido conforto.
Misto de tristeza e felicidade
Tudo, menos vazio!
Nada de tão concreto assim.
Não existem espaços ocos.
Não há buracos negros.
Faltam-me coisas.
Mas tenho-me a mim.
Afinal não falta nada.
Existem por aí pedaços soltos de mim...
Espalham-se por sitios que eu desconheço.
Confio nesses pedaços.
Deposito tanta confiança neles como em mim própria.
São meus...
Mas não me pertencem.
São parte de mim...
Mas não me destituem ou completam.

Sou eu em liberdade!!



[não esquecer: tenho de estar à altura das circunstâncias...e estas são gigantes!]

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

URGÊNCIA...

Sinto urgir a necessidade urgente de urgência.

Nada adquire sentido de automatismo na minha vida.
Sempre me avisaram que chegaria o dia em que eu não poderia contar com ninguém, senão comigo mesma.
Mas já??

Como se não bastasse tenho sentido o de desejo insaciável de me comprometer ainda mais.
Começo a perceber que este salto para a adultez não tem retorno.
É uma bola de neve que nos atropela e desmama, com o constante embrenhar de situações e necessidades comprometedoras.

Não a considero a abrupta morte da inocência e ingenuidade, comuns da infância.
Não a vejo com maus olhos.
Mas vivo-a como um momento de extrema importância para o decurso do resto da minha vida.
Quase como se este fosse um momento crucial.

Mas por momentos apercebo-me que esta percepção de crucialidade dos momentos deveria ser sentida a cada instante.

(Estarei eu a viver erradamente?)

Não importa!
Porque enquanto não me deleitar neste novo pensamento, não chegarei a ser fiel a ele mesmo.

E neste momento o que sinto é outra coisa...são outras coisas...

Vivo o fumo de um cigarro.
Tento acalmar-me...penetrar-me pacificamente!
Os cigarros são bons para isso.
Em contrapartida, são maus para muitas outras coisas.

Mas, como tudo o resto, baseia-se no equilíbrio existente entre os dois extremos.
Não existe nada que viva somente num dos pontos, positivo ou negativo, + ou -...
Nem a maldade encerra em si um só pólo.

Não convém sermos lineares.
Seríamos estúpidos e ignorantes.
Pudera eu ser ignorante e a minha vida faria muito mais sentido...
Contudo, não teria mais sentido...

Já falei dos sentidos, não vou voltar atrás!

Cigarro acabado.
Retorno à adultez.
Crucial.
Previsão inconcreta de toda uma existência.

E não convêm desperdiçar a existência...
Existir em vão é o pior dos destinos.
Até morrer é melhor destino que desperdiçar uma vida.
Pois o dia em que a morte impera é sinónimo do dia em que toda uma vida, uma existência, uma memória de significados se começa a desvanecer, a cair num poço escuro de retorno improvável. (Mas depois de mortos que é que isso importa?)
O desperdício de uma vida é a prova de que a morte só vale a pena enquanto não estivermos vivos.